Vou começar indo direto ao ponto: eu sou introvertido. Extremamente introvertido. E o que isso tem a ver com esse blog?
Uma pessoa introvertida é capaz de gastar centenas de horas refletindo sobre um assunto, sem nunca converter um segundo de todos esses pensamentos em algo real. São horas e horas de ideias e insights que em sua grande maioria vão cair no esquecimento, oportunidades perdidas de contribuir em algo no mundo real, ajudar outras pessoas ou simplesmente validar se aquela ideia mirabolante é realmente tão boa ou importante quanto a gente costuma idealizar em nossas mentes (geralmente não). Essa experiência cotidiana causa um grande sentimento de frustração. E com isso vem o pensamento de sempre:
Preciso colocar essas ideias em algum lugar. Preciso compartilhar o que eu penso.
Ao mesmo tempo que quero expor essas ideias, meu lado introvertido não me dá coragem. Centenas de vezes pensei em gravar um vídeo para o Youtube, algumas vezes cheguei a fazê-lo, mas nunca publiquei de fato. Quero deixar esse ponto claro, pois a decisão de escrever um blog foi justamente pela oportunidade de colocar minhas ideias sem necessariamente colocar a minha cara na internet (pelo menos até tomar coragem). Se expor na internet é algo que, apesar de já estar na meia idade, ainda não adquiri maturidade suficiente para lidar com o tema. E uma das razões pela qual eu estou começando este blog é com o objetivo de superar esse desafio. Consideremos como o primeiro degrau da escada.
Além disso, esse blog vai me dar oportunidade de escrever. Ao longo de toda a minha vida adulta já tive ideia de muitos livros, filmes, negócios que, como nunca saíram da minha mente, ficaram perdidos pelo caminho. Muitos deles ainda persistem no fundo da minha memória, esperando um dia tomar protagonismo numa folha de papel (ou página de um blog). Nunca me dediquei a escrever como eu gostaria, apesar das poucas vezes que tive oportunidade de fazê-lo no passado tenham sido extremamente prazerosas. Por isso, tenham paciência. Escrever é um hábito que vou começar a construir junto com vocês. É um objetivo que desejo colocar em prática a muito tempo e que finalmente estou saindo do planejamento para a ação. Esperem erros, falhas e imperfeições.
E qual é a grande conexão entre o meu desejo pessoal de escrever e meus filhos? Quando a gente se torna pai, não existe espaço para a inércia. Não importa o quanto você tenha o perfil planejador, o quão introspectivo você seja, você tem que partir para ação. Criar filhos implica em entender que você precisa educar-se primeiro antes de educá-los. Sair da zona de conforto, testar-se e ser testado, chegar aos e ir além dos nossos limites. Eles me ensinam todos os dias que a ação é a única forma de realização.
Escolhi o nome Pai Reflexivo porque abrange duas características muito importantes da minha personalidade. Ser pai é algo que sempre desejei e é uma experiência que eu amo viver todos os dias, mesmo diante de todas as dificuldades, e quero partilhar com vocês as minhas experiências e trocar ideias para que possa me tornar um pai cada vez melhor. Refletir é algo que deveria ser parte da vida de todos nós. Enquanto uns vivem sem nunca olhar pra dentro de si, outros vivem afogados em suas próprias ideias. É hora de emergir desse oceano e navegar de forma consciente. E quero fazer isso na companhia de vocês.
Ainda que a paternidade seja um dos principais temas abordados neste blog, não espere que trate apenas desse assunto. Quero poder falar sobre outros temas do meu interesse e, caso tenha outras pessoas que também queiram saber mais sobre o assunto, poderei abordar com mais frequência.
Bem-vindos ao Pai Reflexivo!